Angústia pode ter vários significados. A palavra tem origem no alemão “angst” e define algo estreito que provoca desconforto e aperto. Passeia pela redução de espaço e tempo, inquietude que nunca é satisfeita ou, até mesmo, a sensação de sufocamento. Quem já se afogou sabe muito bem disso. Na hora não se pensa que vai morrer, fica-se angustiado com a sensação de sufocamento e querendo lutar a todo custo para voltar a superfície e não conseguir. É um sofrimento eterno que dura alguns segundos.

O livro “Angústia” de Graciliano Ramos, publicado em 1936, tem como principal característica a descrição dos estados da alma dos personagens e seus intermináveis questionamentos sobre si próprio e o mundo ao redor.
Em níveis mais específicos, a angústia poderia ser caracterizada como a “dor da morte”. Ela é o marco zero para tantos outros sentimentos igualmente ruins. É algo muito mais forte que a tristeza, por exemplo, que é momentânea e acontece quando passamos por experiências que vão contra nossos valores e interesses. Podemos ficar tristes por alguns instantes, dias, por alguma perda significativa, por alguma palavra dita, ação ou omissão equivocada.
A tristeza recorrente é angústia. Sem início ou fim definidos, toma conta do nosso eu, deixando-nos ansiosos e aflitos ao mesmo tempo, com uma sensação de medo sem forma e preocupação beirando à sensação de perigo, buscamos respostas para uma pergunta que não feita ou, esperando respostas para uma pergunta não ouvida.
A angústia faz com que muitas vezes nos sintamos sozinhos e isolados em meio a tudo. Precisamos reconhecer quando estamos angustiados e saber o que causou esse sentimento, somente assim saberemos como lidar com a situação e aos poucos melhorando nossa percepção sobre às pessoas, necessidades e desejos.